sexta-feira, dezembro 18, 2009

Incrível.



É incrível como um lugar, uma pessoa e uma música conseguem mudar a disposição de um qualquer indivíduo que acorda mal-disposto num dia branco e cinzento. Daqueles momentos que parecem não ter remédio, já estarem condenados até à meia-noite seguinte. Eis que decide ir até a um caffé, com sofás pretos e às cores, mas só verdes laranjas. O chão também é preto, parte dele de alcatifa, que suporta um piano calado. Há uma janela enorme de vidro que isola o som que vem lá de fora e uns paralelipípedos pendurados nos cantos superiores das paredes de almofada que emitem notas e vozes que nem sempre encaixam, mas andam sempre lado a lado. Já temos 66,6% do dia ganho. O resto vem por estarmos aqui, só nós. A falar de banalidades e de ideais sagrados, mas daqueles sem religião. Às vezes estamos mal porque queremos, porque já não acordamos predispostos a mudar, inclinamos para aquele lado e acabou, não há réstia de esperança. Calma. Também estamos só a falar de um dia. Mas esse dia não vale muito? São sempre 24 horas que tanto parecem muito como às vezes não chegam. É mais um dia, contigo.

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